Segundo informações publicadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 17,5 milhões de pessoas falecem anualmente no mundo em consequência de doenças cardíacas. Só no Brasil, até meados de 2018, mais de 260 mil pessoas faleceram em decorrência de doenças do coração. Os dados foram divulgados na campanha Coração Alerta, da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI), que já previa aproximadamente 400 mil mortes até o final do ano passado.

Principal causa de morte no Brasil, doenças cardiovasculares afetam com mais frequência pessoas acima de 40 anos.

Esse é o caso dos infartos. No entanto, ataques cardíacos podem ser mais letais nos mais jovens.

Apesar de terem normalmente mais força física que os mais velhos para suportar o infarto, os mais jovens não tem uma proteção chamada “circulação colateral”, como explica à BBC News Brasil o cardiologista Glauber Fabião Signorini, diretor técnico do Instituto de Cardiologia – Fundação Universitária de Cardiologia (IC-FUC), do Rio Grande do Sul.

“Chamamos de circulação colateral os pequenos vasos sanguíneos que surgem no coração para compensar a falta de irrigação causada por uma artéria entupida. Os mais jovens não têm esse tipo de proteção, portanto, o infarto tende a ser mais letal nessa faixa etária”, explica.

O especialista diz ainda que 93% dos casos de morte súbita – que ocorre nas primeiras 24 horas após um sintoma – são resultado de doenças isquêmicas agudas.

Dores ou desconfortos no peito são os principais sintomas. Falta de ar, suor, dor nos dentes e palidez também devem ser observados.

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“A obstrução de um vaso impede a irrigação de sangue para a artéria, causando a necrose do músculo cardíaco e gerando instabilidade elétrica, o que pode facilitar a arritmia cardíaca (quando o batimento do coração se torna irregular)”, explica.
Prevenção
Signorini lembra ainda que o histórico familiar é um “importante fator de risco para infartos”.

“Quem tem pai ou mãe que sofreu infarto, especialmente com menos de 55 anos, deve começar o acompanhamento médico com um cardiologista a partir dos 30 anos”, recomenda.

Neste sentido, ele também chama atenção para a falta de prevenção no Brasil.

“A prevenção é muito baixa aqui, cerca de 2% a 4%. Enquanto isso, esse índice chega a mais de 50% em alguns países desenvolvidos.”

Outros fatores de risco para o infarto, segundo Signorini, são obesidade, falta de atividade física, tabagismo, estresse, diabetes e distúrbios do sangue.
Doenças genéticas, como a cardiomiopatia hipertrófica, também devem ser levadas em conta.

A cardiomiopatia hipertrófica atinge uma em cada 500 pessoas e causa o crescimento das células musculares do coração. As paredes do órgão ficam mais grossas, o que prejudica o fluxo sanguíneo e dificulta o bombeamento do sangue.

Sendo assim, a doença pode causar palpitações e arritmias, o que pode levar à morte durante exercícios físicos. Muitas vezes, o paciente é assintomático e desconhece que tem o problema, o que pode agravar o quadro.

Usuários de drogas, especialmente as vasoconstritoras, como MDMA e cocaína, também têm mais chances de sofrer infartos, acrescenta Signorini.

Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2019/09/05/o-que-torna-o-infarto-mais-letal-em-pessoas-jovens.ghtml

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