O hábito de ingerir leite de vaca gera controvérsias. Há especialistas que condenam a bebida com a alegação de que traz malefícios, enquanto outros defendem o consumo diário para suprir uma série de nutrientes que o organismo precisa, com destaque para o cálcio. Mocinho ou vilão, o fato é que o leite de vaca carrega diversos mitos sobre o seu consumo.

O processo do “leite de caixa”

O leite vendido em embalagens cartonadas, em forma de caixa, é processado com temperaturas elevadíssimas (daí vem UHT, ultra high temperature), que podem chegar até 150ºC, o que elimina a maior parte dos micróbios contidos no leite.

O leite sofre o processo de ultrapasteurização, sendo aquecido em uma temperatura que é quase o dobro da normal por certo tempo e depois resfriado. Nesse aquecimento, os micro-organismos benéficos do alimento e que auxiliam na digestão também são mortos, reduzindo o seu valor nutritivo.

Chamado de leite longa vida, o produto não precisa de refrigeração antes de ser aberto e tem prazo de validade de até vários meses. É importante ressaltar que, ao contrário do que muita gente pensa, os responsáveis pela durabilidade do leite tipo UHT não são apenas os conservantes, mas também o processo de aquecimento.

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Malefícios do leite de caixinha

Alguns profissionais defendem que o consumo do leite UHT deve ser evitado, pois boa parte das vitaminas do alimento é eliminada durante o processo de aquecimento. O consumo do leite de caixa também gera controvérsias: alguns profissionais não indicam, outros não vêem problemas (e até indicam por conta do cálcio que ele contém), enquanto outros especialistas recomendam que o leite – seja de qual tipo for – seja evitado, pois o cálcio pode ser encontrado em folhas verdes ou no ovo.

Há também os problemas de contaminação e baixas nutritivas que podem ocorrer em quase todos os produtos industrializados.

Há algum tempo, tornaram-se públicos os procedimentos relatados para fraudar o leite, com a adição de soro de queijo, soda cáustica, peróxido de hidrogênio (água oxigenada), citrato de sódio e uma mistura de água, sal e açúcar. De acordo com um artigo publicado por Ismael Maciel de Mancilha, professor de Escola de Engenharia da USP em Lorena, as fraudes apontadas causam mínimo risco à saúde do consumidor, no entanto, interfere negativamente no valor nutritivo do alimento e deve ser rigorosamente combatida pelos órgãos competentes e pelos consumidores. Ainda segundo o professor, o leite de saquinho garante qualidade nutritiva superior ao leite de caixa.

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O leite orgânico é mais seguro que o leite normal?

A diferença do orgânico é que as vacas produtoras não recebem hormônios ou antibióticos para aumentar a produção de leite. Essas vacas também não se alimentam de pastos com fertilizantes, o que torna o leite orgânico mais puro e a opção que mais preserva o meio ambiente.

Diferença entre alergia e intolerância à lactose:

Um outro ponto importante a ser considerado são a caseína (proteína do leite) e outras proteínas do leite, pois estas estão ligadas a uma grande variedade de problemas de saúde, incluindo alergias. De acordo com a Sociedade Européia de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição Pediátrica, a proteína do leite de vaca é a principal causa de alergia alimentar em bebês e crianças com menos de 3 anos de idade. Esta alergia é uma reação do sistema imunológico, principalmente às proteínas do coalho (caseína) e às proteínas do soro, pois ao nascer, o intestino e o sistema de defesa do bebê ainda estão terminando de se formar, ou seja, “aprendendo” a fazer a digestão dos alimentos e a defender o organismo contra substâncias nocivas.

A alergia ao leite de vaca não deve ser confundida com intolerância à lactose, pois é uma reação excessiva do sistema imunológico a uma proteína alimentar específica, podendo ser potencialmente fatal. Ao contrário de alergias alimentares, intolerâncias alimentares não envolvem o sistema imunológico. As pessoas que são intolerantes à lactose têm deficiência da enzima lactase, que tem a função de quebrar a lactose. Como resultado, os pacientes com intolerância à lactose são incapazes de digerir estes alimentos e podem apresentar sintomas como náuseas, cólicas, gases, flatulência e diarreia. Embora a diarréia crônica seja o sintoma gastrointestinal mais comum de intolerância ao leite de vaca em crianças, os resultados atuais confirmam que a constipação crônica também pode ocorrer. Em um estudo aberto realizado em crianças menores de seis anos com constipação crônica, foi demonstrado que a esta constipação pode ser um sintoma de intolerância ao leite de vaca em cerca de dois terços dos pacientes estudados.

 

Fonte: https://www.remedio-caseiro.com/veja-os-maleficios-de-tomar-leite-de-caixa/

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