Ao nascer, independentemente da síndrome de Down, o melhor alimento para o bebê é o leite materno. A mãe pode enriquecer o seu leite comendo bastante proteína magra, frutas e verduras à vontade, além de ingerir carboidratos integrais e abusar dos líquidos. Se quiser, também é possível complementar a riqueza natural do leite ingerindo cápsulas de ômega 3, 6 e 9, choline e multivitamínico, que devem ser recomendados por um nutricionista.

Alimentos pastosos e sólidos

Quando o bebê começar a ingerir alimentos pastosos (papinhas), é fundamental que a mãe evite o uso do liquidificador. Ao comer alimentos amassados com um garfo, a criança não se acostuma a papinhas muito trituradas, o que ajuda a evitar dificuldades de mastigação e deglutição no futuro.

Quando começar a comer alimentos sólidos (como frutas e verduras), o bebê poderá sentir um pouco de constipação. Se a criança não consegue fazer cocô pelo menos uma vez por dia, é preciso verificar se ela está ingerindo líquidos e fibras o suficiente.

Escolhendo os alimentos certos

A diferença entre apetite e gula deve ser trabalhada desde o início: o bebê deve comer até estar satisfeito, mas sem exageros. É importante acostumar a criança desde pequena a alimentos saudáveis, evitando massas, gorduras e doces. De acordo com Zan Mustacchi, geneticista especialista em síndrome de Down, os tubérculos, como batata, cenoura e mandioca, também devem ser evitados. Isso porque os tubérculos prendem o intestino e são muito calóricos, o que pode gerar uma piora na constipação e um aumento de peso desnecessário para as pessoas com síndrome de Down. Já a ingestão de fibras por meio de alimentos como laranja, mamão, pera e linhaça deve ser reforçada, pois facilita a evacuação.

Pesquisas indicam que pessoas com síndrome de Down podem ser mais intolerantes à lactose e ao glúten (doença celíaca), além de uma tendência ao hipotireoidismo É importante levar a criança regularmente ao médico para verificar se existe algum diagnóstico relacionado a essas questões e ajustar a dieta caso seja necessário.

Alimentos que devem ser evitados:

– farinha branca
– açúcar
– leite de vaca e derivados

Alimentos que devem ser consumidos:

– verduras
– frutas
– fibras
– farinha integral
– arroz integral
– quinua
– chia
_ carnes magras
– castanha-do-pará
– sardinha

Suplementos: consulte um especialista

De acordo com Mustacchi, o ideal é consumir todas as vitaminas por meio da alimentação, pois o corpo absorve aquilo que for necessário e elimina naturalmente os excessos. No entanto, o pediatra ou nutricionista poderá indicar a necessidade de inserir alguns suplementos alimentícios para melhorar a saúde e a alimentação da criança. Tudo deverá ser dosado para a idade e o peso da criança e prescrito por um profissional. São exemplos de suplementos utilizados:

1) Ômega-DHA: apoio ao desenvolvimento cerebral.

2) Antioxidantes: um dos genes localizados no cromossomo 21 é responsável pela fabricação de radicais livres, os quais geram oxidação das células cerebrais (e do corpo) de pessoas com síndrome de Down. O processo assemelha-se ao de cortar uma maçã ao meio e deixá-la exposta ao ar. Pesquisas revelam que cérebros de pessoas com Down se parecem muito com o cérebro de pessoas com Alzheimer: com placas oxidadas, assim como uma maçã exposta ao ar. Alzheimer’s é doença degenerativa do cérebro que também está associada a genes localizados no cromossomo 21. A fim de evitar esse processo de excesso de oxidação celular, recomenda-se enriquecer a alimentação de pessoas com Down com substâncias antioxidantes, tais como vitamina C, vitamina E e suplementos: curcumin, enzima CQ10, PQQ (pyrroloquinolina quinona), entre outros.

3) Piracetam: medicamento que já está no mercado desde os anos 80, é utilizado para melhorar a fluidez das membranas cerebrais, melhorando a comunicação entre hemisférios direito e esquerdo do cérebro. Muito utilizado para tratar dislexia também.

4) Multivitaminas: a maior parte das pessoas com síndrome de Down apresenta baixos níveis de certos minerais e vitaminas, tais como zinco, vitamina B12 e selênio. Suplementos são recomendados após avaliação do nível de nutrientes em exame de sangue.

5) 5HTP – 5-Hydroxytryptophan: aminoácido utilizado para elevar os níveis de serotonina e, consequentemente, ajudar nos movimentos peristálticos e evitar constipação;

6) Probióticos: muito utilizados para equilibrar a flora intestinal e melhorar digestão e absorção de nutrientes

7) Phosphatidylcholine: lipídio que faz parte da membrana celular e apóia performance cerebral. Pesquisa da Universidade de Cornell nos EUA encontrou evidência de que bebês com síndrome de Down que ingerem choline desenvolvem benefícios para capacidade emocional e cerebral de longo prazo.

8) TMG: Tri-methyl Glycine, apoio ao ciclo SAM, comprometido em pessoas com síndrome de Down em decorrência da presença de terceiro cromossomo 21.

9) Phosphatidylserine: importante elemento constituinte das células cerebrais, aumenta a produção de acetylcholine, utilizada em sinapses (comunicação entre neurônios).

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Fonte:http://www.movimentodown.org.br/2013/02/alimentacao-de-criancas-com-sindorme-de-down/

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