Por incrível que pareça tomar doses muito elevadas (ingerir mais que a dose recomendada por longos períodos), as vitaminas podem mesmo se tornar tóxicas, causando tudo, de dores estomacais a convulsões, dependendo do químico específico. Mas mesmo suplementos desnecessários podem irritar a bioquímica do seu corpo.
Sendo assim, quais suplementos valem a pena? Como saber que você não está apenas rasgando dinheiro quando pega da prateleira um composto multivitamínico? Em meio à confusão, existem evidências científicas de que certos suplementos são mais úteis do que outros, e esses devem ter prioridade quando você vai escolher suas compras. E existem suplementos cujo consumo é baseado em desinformação popular e não em evidências científicas.
Claro, a ciência se contradiz às vezes. (Café causa câncer? Ou previne o câncer?) E fatores confluentes (bebedores inveterados de café são mais propensos a fumar) podem confundir as conclusões de estudos mal feitos na área da saúde.
Os melhores estudos determinam grupos aleatoriamente para um ou outro. Mas mesmo nesses casos, um estudo pode ainda ser uma casualidade estatística. Passei um pente fino na literatura médica em busca de meta-análises, que observam as conclusões de vários estudos (sempre que possível, de testes controlados e aleatórios) para formar a conclusão mais informada possível.
Aviso: as melhores vitaminas e minerais para suplementar sua dieta, obviamente, variam de indivíduo para indivíduo. Assim, não trate este artigo como substituto de um bom papo com seu médico.
Os suplementos que valem a pena.
Zinco: para diminuir os resfriados
Esqueça a vitamina C (mais sobre isso a seguir). O verdadeiro suplemento que você deveria tomar quando se sente aquela dorzinha na garganta é o zinco. Uma meta-análise de 2011 de 15 testes aleatórios, duplo-cegos e controlados por placebo (basicamente, o padrão de ouro para testes), descobriu que o zinco encurta um resfriado se ingerido nas primeiras 24 horas, quando os sintomas começam a surgir. O mineral interfere com a replicação do rinovírus, responsável pelos resfriados.
Vitamina D: para pessoas que não tomam Sol o suficiente
Diferente da maioria das outras vitaminas, nosso corpo consegue sintetizar sozinho a quantidade perfeitamente adequada de vitamina D – desde que recebamos Sol o suficiente. A radiação ultravioleta da luz do Sol ajuda a nossa pele a transformar colesterol em vitamina D. Mas a maioria das pessoas que vivem no hemisfério norte, onde os invernos são longos e os dias, curtos, não recebem Sol o bastante para níveis satisfatórios de vitamina D.
A vitamina é essencial para ajudar a absorção de minerais como cálcio, ferro, magnésio e fosfato. (É por isso, por exemplo, que existe o leite fortificado com vitamina D.) Uma meta-análise de 2013 descobriu que a vitamina D diminuir a mortalidade no geral a longo prazo. Não se comprovou que suplementos de vitamina D previnem câncer ou depressão ou outras coisas sobre as quais costuma-se dizer que a vitamina age, mas a maioria de nós se beneficiaria de um impulso dela no organismo.
Vitamina B3 (niacina): para a saúde do coração
Uma meta-análise de 2009 descobriu que a niacina pode ser benéfica para o coração: ela diminuir os níveis do colesterol lipoproteína de baixa densidade (o tipo “ruim”) e aumenta os níveis do colesterol lipoproteína de alta densidade (o tipo “bom”). Para pessoas que já não estejam tomando estatinas, receber uma alta dose de niacina de um suplemento poderia ajudar a diminuir o risco de doenças cardiovasculares. A niacina é encontrada naturalmente em diversos alimentos, com as maiores concentrações geralmente em carnes e nos cereais integrais.
Probióticos: para depois dos antibióticos
Você já deve ter ouvido que seu estômago está cheio de micróbios, e que a maioria deles faz bem. Tomar antibiótico é basicamente uma maneira de aniquilar bactérias como se você estivesse tacando fogo em tudo – o que significa que as boas e inofensivas acabam morrendo junto com as maléficas. Se você já teve diarreia depois de um tratamento à base de antibióticos, então você conhece o genocídio microbial na prática.
Os probióticos, geralmente compostos de Lactobacillus, ajudam a prevenir isso de acordo com uma meta-análise de 82 testes controlados e aleatórios. Com o crescimento da medicina microbiana, os probióticos têm sido indicados para todo tipo de problema — e a eficácia desses usos ainda não foi comprovada. Mas os benefícios dos probióticos após o uso de antibióticos são bastante claros.
Vitamina B12: para demência nos idosos
Na medida em que envelhecemos, problemas de saúde como acidez estomacal podem dificultar a absorção de vitamina B12. Baixos níveis dessa vitamina são associados ao declínio cognitivo, de acordo com uma meta-análise de 2012, e a uma deficiência que pode causar um tipo de demência. Esse tipo, que em última instância não é Alzheimer, mas apresenta sintomas similares, pode ser revertido com suplementos de vitamina B12.
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Fonte: http://gizmodo.uol.com.br/giz-explica-vitaminas/
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